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Cap. 301

Voltando do leito de McQueen, Solomon passa pelo quarto do padre Westwood, onde estão o xerife e Lucretia:

— Tudo bem com a senhora, madame Lucretia?

Ela o encara com olhar debochado: — Olha, Wayne, que conseguiu um tempo para aparecer. O ingrato do Solomon. Ouvi dizer que já até arranjou outra patroa, agora que fiquei sem nada, na miséria.

Solomon se desespera: — Madame, eu jamais…

Ela ri e abre os braços, convidando para um abraço.

O homem entende o convite e vai ao seu encontro.

Lucretia: — Meu querido, sei que você jamais me abandonaria e quero dizer que estou muito orgulhosa pelo que você tem feito pelos feridos e pelo pessoal que estava no Elle.

Lucretia sorri: — Soube que você até deu banho no prefeito.

Solomon: — Foi para ajudar a senhora Emma.

Lucretia: — Acho que nosso xerife está precisando de um banho também.

Wayne, que fingia dormir até aquele momento, tem um sobressalto arregala os olhos e olha para ela, que sorri provocativamente e continua: — Mas, no caso do Wayne, deixe que eu mesma faço isso.

Os olhos do xerife se expandem como dois baiacus.

Ela gargalha, mas para ao ver a tristeza de Solomon: — Me sinto culpado por ficar pouco tempo com a senhora.

Lucretia: — Eu estou bem, querido. Melhorando a cada dia. Se precisar, sei que você virá correndo.

Solomon, com os olhos marejados: — Venho mesmo, pode chamar.

Ele abraça um pouco mais forte e Lucretia é obrigada a avisar:

— Querido, assim você me quebra mais do que aquela bomba.

Imediatamente ele a larga.

Lucretia: — Pode voltar às suas tarefas, Só não pode ir embora com aquela mulher depois.

— Nunca! – protesta Solomon, em um tom agudo que destoa de sua voz normalmente mais grave.

— Chega de embromar, vá trabalhar, seu mandrião. – ordena Lucretia olhando carinhosamente para o rapaz que se retira.

Enquanto isso, no leito do prefeito, Emma ainda segura a foto da família do prefeito e pergunta:

— O senhor gostaria de falar sobre isso.

— Não. – responde prontamente McQueen. — Mas, às vezes, eu preciso.

Emma, gentilmente coloca a fotografia no caixote e se oferece: — Se quiser, sou toda ouvidos.
 

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